sábado, 14 de agosto de 2010

O alivio.


Então foi como se estivesse me rasgando, e com gritos estridentes meu coração pulsava bruscamente, minha mente girava em trezentos e sessenta graus, e perdidamente não conseguia me encontrar. A escuridão assolava meus pés e tão grande era a dor pertinente que secretamente me habitava, tais sensações indescritíveis de formas e causas constantes de um gosto amargo que agora, já desce como um pedaço de carne mal mastigada, arranhando e prendendo meu canal digestivo tornando-se fadigas angustiantes; ainda me lembro das primeiras sensações onde cores e lembranças me alucinavam e transpareciam sonhos, desejos, metas a se cumprirem em uma longa historia. O quente aconchego seu, ainda posso sentir em meu peito - que hoje é gélido e duro como uma tora nevasca - eu salivo só em pensar no gosto em que sentia em tais lábios avermelhados como cereja, que ao te beijar, sentia como lamber uma geléia doce que rodopiava em encontros com minha língua; até não mais sentir, agora em tormentos o meu corpo suspira e transpira por desejos famintos pelo seu, me faz fraco, a falta dos olhares em suas duas circunferências caramelo escuro e deslizar até as menores tão escuras que me leva a delírios flutuantes, é como estar em meio às nuvens quando estou sobre o afago do seu peito ouvindo o pulsar do seu coração – como almofadas de pluma de ganso escondendo uma bomba relógio. Seus toques derretem minha alma que se desfazem em gotículas de suor á mostra em meu peito; a distancia já me ofusca o brilho que encontrei naquele lugar escuro e fechado quando pela primeira vez ganhei de presente um sorriso seu, é tão delirante e incomum estar presente e sacrificar o próximo com nosso injusto passado, o medo do continuo erro nos torna errôneos, penso na existência de outras maneiras de se doar para não perder aquilo que possa ser precioso, mas tão solenemente começo a entender esses pontos entorpecentes que tanto me faz te desejar, mas, te fazer entender meus pontos seria loucura e me traria o ápice da derrota ao descobrir que toda tentativa foi novamente em vão, o que me acalma nesta hora é a sensação em que serei apenas um relicário dentro de seu baú de recordações, que aos poucos será renovado, e ao mesmo tempo me causa dor, ódio, ciúmes, inveja por ter perdido espaço em seus pensamentos – HAA nem sei a palavra certa para usar. O que sei é, a cada momento buscarei te esquecer, e esvaziar dos meus pensamentos cada parte que compõe seu corpo e me enlouquece, deixarei em devaneios lembranças sua.
Assim me alivio de todo esse tormento, defronte esta devassidão verde exalando fumaças acinzentada e sentindo o toque sutil da brisa desta grande montanha, olhando o horizonte concluo que: - Todos são livres para caminhar em suas escolhas e direcionar seus passos, mesmo com idas e vindas, sem medo de se queimar em suas próprias chamas.

Diego Ferreira